quarta-feira, 8 de março de 2006

Nação Farkas

Thomaz Farkas fotografado por Juan Esteves

Entre 1964 e 1971, o fotógrafo, produtor e diretor Thomaz Farkas protagonizou uma das maiores aventuras documentais vividas pelo cinema brasileiro. Ao lado de alguns dos mais importantes documentaristas do País, Farkas viajou pelo Brasil, num grande projeto, batizado pelo cineasta Eduardo Escorel de Caravana Farkas. A aventura legou à história do cinema nacional filmes de curta e médias-metragens que são um retrato do País no período.
De 21 de março a 2 de abril de 2006, o Centro Cultural Banco do Brasil oferecerá ao público de Brasília a oportunidade de assistir a essas preciosidades do cinema brasileiro, com a mostra Nação Farkas – A aventura documental de Thomaz Farkas. Sob curadoria do crítico Sérgio Moriconi, serão exibidos 34 filmes de curta e média-metragens – e um longa – que apresentam um documento visual da realidade brasileira, nas décadas de 60 e 70, e que não costumam freqüentar as salas de cinema.

No dia de abertura, 21 de março, às 19 horas, a mostra contará com a presença do fotógrafo, que está com 81 anos e virá especialmente para o evento. Ele conversará com o público logo após a exibição de um de seus filmes mais consagrados, "Hermeto Campeão", de 1981, no qual apresenta a obra e o pensamento do músico Hermeto Paschoal. A vinda de Farkas a Brasília tem também um sentido de reencontro: o realizador viu a cidade nascer. Ele foi um dos primeiros fotógrafos a registrarem a construção da Capital Federal e o material que mantém em arquivo é precioso, revelando perfis interessantíssimos do nascimento da cidade.

O projeto que passou à história como Caravana Farkas nasceu da intenção do fotógrafo de registrar a realidade brasileira, em produções feitas a partir do conceito de “cinema verdade”. Para isso, Farkas convidou alguns dos mais importantes documentaristas da época no Brasil, como Paulo Gil Soares, e jovens diretores de então, como Sérgio Muniz, Maurice Capovilla e Geraldo Sarno.

Num primeiro momento, entre 1964 e 1965, o trabalho rendeu filmes consagrados como "Viramundo", de Geraldo Sarno, "Nossa escola de samba", de Manuel Horácio Gimenez, "Subterrâneos do futebol", de Capovilla, e "Memória do cangaço, de Paulo Gil Soares. O segundo período, ocorrido entre 1969 e 1971, resultaria em 19 curtas e médias, realizados nos mais diversos estados do Nordeste.
Farkas nasceu na Hungria e radicou-se em São Paulo aos seis anos de idade.


Fonte: Objeto Sim Projetos Culturais - Brasília.

Um comentário:

maísa disse...

Nirton, dá uma olhada lá no blog