O chileno Miguel Littín, convidado do II Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, que acontece em Salvador entre os dias 2 e 9 de abril, é um dos mais respeitados cineastas do mundo, não só pela obra mas também pela sua luta contra a ditadura do general Augusto Pinochet. Autor, entre outros, de filmes como "El Cachal de Nahueltoro", de 1969, o inesquecível "Actas de Marusia", de 1975, "Alsino y el Condor", de 1982, e "La ultima luna", finalizado ano passado, e que será exibido no Seminário. Littín também dirigiu "Acta General de Chile", película que, na qualidade de exilado, rodou clandestinamente no seu país, em 1985. E as suas peripécias durante as gravações, resultaram num instigante livro de Gabriel García Márquez, intitulado "A aventura de Miguel Littín clandestino no Chile", lançado no Brasil pela Editora Record. O livro é impressionante pela proeza da narrativa inteiramente na primeira pessoa, a fim de assegurar autenticidade sobretudo no que se refere às emoções do depoimento.
Disfarçado e usando passaporte falso, uma vez que em 1985 era um dos cinco mil exilados absolutamente proibidos pela ditadura do general Pinochet de entrar no Chile, Littín só conseguiu a proeza graças ao apoio de organizações internacionais e da disposição de grupos clandestinos no seu país. Durante seis meses, percorreu o Chile de ponta a ponta, gastando sete mil metros de película, o que resultou num filme de quatro horas para a televisão e outro de duas para o cinema.
No Seminário Internacional de Cinema, Miguel Littín, em pessoa, vai recontar como conseguiu rodar um filme clandestino no Chile de Augusto Pinochet. Será um encontro imperdível.
Maiores informações, visite a página www.seminariodecinema.com.br
Um comentário:
tá vendo! é batata! dito e certo. é só passar por aqui que já tenho notícias que valem a pena.
entrei no teu blog sobre poesia, bem interrssante tmb, depois passaremos lá com mais calma ( a calma que a poesia merece).
E você? vem para o festival? vc está em Brasília né?
abraços
Iris
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