Dona Elizabeth condecorada no Senado Federal, 2006. Foto José Varella/Correio Braziliense
A história de combate à violência agrária e à impunidade da paraibana Elizabeth Altino Teixeira começou em 1962, com o assassinato do marido, o fundador da Liga Camponesa João Pedro Teixeira. “O João sempre me pedia para dar continuidade à luta, eu não respondia. Na hora da morte, ele segurou na minha mão e eu disse sim. Nem pensei que eu estava sozinha para criar onze filhos”, conta com serenidade a senhora de 81 anos. Para não ter o mesmo fim do marido, com o golpe militar de 1964, Elizabeth foi viver na clandestinidade, no interior do Rio Grande do Norte, com o falso nome de Marta Maria Costa.
Quando era militante, ela chegou a ser convidada por Fidel Castro para morar com a família em Cuba. Determinada, agradeceu respondendo que tinha uma missão no Brasil: “lutar pelo direito à terra.” A trajetória de ambos foi resgatada pelo cineasta Eduardo Coutinho. No filme "Cabra marcado para morrer", rodado inicialmente em 1964 e finalizado em 1984, Elisabeth é protagonista da história de perseguição no campo e de repressão política sofrida pelo marido. “Perdi a conta de quantas vezes fui presa e vi a morte de perto, mas o que mais doeu nessa vida toda foi ter passado mais de 16 anos longe dos meus filhos”, conta. Nove deles foram criados pelo pai de Elizabeth.
Fonte: Correio Braziliense
Dona Elizabeth Teixeira foi uma das cinco brasileiras homenageadas ontem no Congresso Nacional, recebendo o diploma Mulher-Cidadã Betha Lutz pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8.
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