"Estamira", do brasileiro Marcos Prado, ganhou hoje o Prêmio Signis de Documentário no Festival Encontros do Cinema da América Latina de Toulouse, sudoeste da França. Segundo os jurados, o documentário de Prado foi premiado por ser um filme diferente, que proporciona um olhar sobre a condição humana, “com uma poesia de tirar o fôlego".
Dona Estamira é uma senhora de 63 anos que trabalha há mais de 20 anos no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Ela sofre de surtos esquizofrênicos, mas seu carisma e seu caráter maternal fizeram dela a líder da pequena comunidade de idosos que habitam o lixão. O documentário acompanhou, a partir de 2000, o tratamento ao qual Estamira se submeteu num centro psiquiátrico público e focou, a partir de seu cotidiano, a transformação clínica e os efeitos dos remédios que teve que tomar. Através de depoimentos dos filhos da senhora também foi possível revelar os árduos caminhos trilhados por Estamira. Mesmo vivendo no lixo, ela conseguiu superar sua condição miserável e ainda levantou diante das câmeras questões e valores há muito esquecidos na sociedade.
Em outubro do ano passado o filme recebeu o Prêmio Internacional de Cinema de Direitos Humanos no Festival de Nuremberg, Alemanha. É estréia de Marcos Prado na direção, que foi produtor de outro filme polêmico, "Ônibus 174", de José Padilha.
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