“Escrever cartas para a mãe foi a forma que descobri de falar com o
leitor, para facilitar o entendimento. Escrever carta para a mãe é o
mínimo que cada um faz. Eu escrevo para minha mãe. Ora, todo mundo tem
mãe – espero. Todo mundo tem filho. Todo mundo é mãe ou filho. Então, ou
se identifica comigo porque é o filho escrevendo para a mãe ou então é o
contrário”.
Assim definiu o cartunista, quadrinista, jornalista e escritor Henfil (1944-1988) sobre
as crônicas que escreveu no período brabo de ditadura militar,
publicadas em livros e jornais. Política, amor, cultura e amizade eram
os assuntos pertinentes nos textos, sempre reflexivos e bem humorados,
diretamente endereçados a sua mamãe, de quem ironicamente herdou a
hemofilia, que o levou, assim como seu irmão, o sociólogo Betinho.
Pode-se dizer que essa série de cartas eram crônicas sobre o Brasil,
ambientadas em tempos difíceis, mas cheias de esperanças, por isso, a
mãe como primeira leitora e socorro.
Em 2000 Fernando Kinas e Marina Willer fizeram o documentário média-metragem Cartas da mãe, baseado em algumas das crônicas, com narração de Antonio Abujamra, disponível no Youtube.
Em 2000 Fernando Kinas e Marina Willer fizeram o documentário média-metragem Cartas da mãe, baseado em algumas das crônicas, com narração de Antonio Abujamra, disponível no Youtube.
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