O título é um verso da canção Três apitos, que Noel Rosa começou a compor em 1931, burilou a letra ao longo do ano seguinte, e em 1933 a considerou finalizada. Ficou guardada por vinte anos. Em 1951, a cantora Aracy de Almeida grava em seu disco Feitio de oração, com arranjos de Radamés Gnatalli.
Aracy cantou as mais emblemáticas composições do dândi enviesado de Vila Isabel, Com que roupa, Último desejo, O X do problema, Não tem tradução, Palpite infeliz, O orvalho vem caindo, com Kid Pepe, Conversa de botequim, Feitiço da Vila, Pra que mentir, Feitio de oração, estas em parceria com Vadico.
Em 1936, em uma de suas raras entrevistas, à revista A Pátria, o poeta muito soturno declarou que "Aracy de Almeida é a pessoa que interpreta com exatidão o que eu produzo".
Falecido no dia 4 de maio de 1937, Noel Rosa viveu apenas 26 anos e cinco meses de boemia e poesia. Foi um irreverente com suprema inteligência, no começo de um século reverencioso aos bons costumes do lugar.
Noel Rosa: Uma Biografia, de João Máximo e Carlos Didier, lançada em 1990 pela Editora UnB e logo recolhida pelas sobrinhas herdeiras do compositor, é o mais completo relato da vida do artista. Foi proibida através de ações judiciais, alegando desrespeito à vida privada da família, possivelmente por mencionar os suicídios da avó e do pai de Noel.
Com um texto primoroso, tem a verdade com a elegância que o biografado merece. “O livro não quer abafar ninguém / só que mostrar que faz samba também”, parafraseariam os autores.
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