Uma das mais marcantes atuações de Gary Cooper é a do xerife Will Kane de Matar ou morrer (High noon), western dirigido por Fred Zinnemann, em 1952, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Ator.
Abandonado pelos habitantes amedrontados, o delegado é forçado a duelar sozinho contra uma gangue de assassinos. O personagem de Cooper condensa toda a narrativa psicológica, inovando à época o tipo de conflito que se via nos filmes de faroeste, com uma carga de suspense nunca vista naquele cenário poeirento.
Zinnemann decupou o filme em planos simetricamente abertos e fechados, de forma que mais do que se vê, se sente a solidão do personagem.
Em 1961, Gary Cooper estava filmando na Inglaterra A tortura da suspeita (The naked edge), de Michael Anderson, ótimo thriller com uma história carregada de mistério e traição, com roteiro muito bem amarrado, escrito por Joseph Stefano, o mesmo de Psicose, de Hitchcock.
Um ano antes, o ator fez duas cirurgias para retirada de câncer de próstata e em seguida no cólon. Durante as últimas cenas no estúdio, contracenando com Deborah Kerr, Cooper sentiu-se mal, com fortes dores no pescoço e ombro. Iniciou mais um tratamento e foi para casa, em Los Angeles.
Em abril daquele ano, na entrega do Oscar, o ator e amigo James Stewart recebeu por ele o troféu na categoria Contribuição Excepcional ao Cinema – esses prêmios que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood concede sempre de última hora, em reconhecimento tardio, como fizeram com Chaplin, Orson Wellles...
Menos de um mês depois Gary Cooper não resistiu à doença, faleceu no dia 13 de maio, uma semana após completar 60 anos. O ator perdeu o duelo para o câncer que se espalhou pelo pulmão e ossos.
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