Por volta de 1965, 66, um menino ‘réi’ chamado Eugênio morava em Tabuleiro do Norte, interior do Ceará, e ouvia na radiadora Sentimental demais, composição de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, sucesso na voz de Altemar Dutra.
Ali Eugênio aprendeu a tocar violão e começou a cantar a canção que lhe tocava o coração de pequeno seresteiro.
“Continental, eu sou / eu sou demais...”
Como na época a marca desse cigarro era bastante popular, e o menino ‘réi’ não sabia o que era ser “sentimental demais”, deu-se à licença poética e a canção ganhou um continente na sua imaginação que nem Altemar alcançou.
O pequeno menestrel de Tabuleiro é o querido ‘véi’ Eugênio Leandro, um dos grandes compositores e cantores da geração da música cearense que surgiu nos anos 70, 80, e conquista uma legião de admiradores que assistem seus shows, ouvem seus discos, e leem seus livros, pois escreve crônicas, contos e poemas tão bem quanto compõe e canta.
Eugênio contou-me essa história da letra trocada. Emocionado com a partida do autor conterrâneo, mandou-me o vídeo cantando Bloco da solidão achando que era a outra.
Não importa, a obra de Evaldo Gouveia é continental demais.
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