"Esta honra só posso aceitar em nome de todos os inconformistas. Podem ser livres, mas não se consideram únicos nem se veem como os melhores".
Cineasta Orson Welles ao agradecer a tardia homenagem do Instituto do Cinema Americano, em 1975.
Quatro anos antes a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu a ele o Oscar Honorário. O diretor não esteve presente na noite de cerimônia. Mandou uma gravação com o agradecimento diretamente para o colega John Huston, que lhe faria a entrega no palco. "É mais divertido olhar adiante do que para o passado. 30 anos de carreira dão para muito, mas não posso esquecer que passei esse tempo sozinho", disse.
A genialidade de Orson Welles nunca foi devidamente reconhecida pela indústria cinematográfica norte-americana. Em toda sua filmografia só ganhou um Oscar, pelo roteiro de Cidadão Kane (Citizen Kane), em 1941. Merecia mais. O cineasta perdeu a estatueta de Melhor Filme para Como era verde o meu vale de John Ford, e Ator para Gary Cooper em Sargento York.
Em 2001 o historiador e professor de cinema da UFC Firmino Holanda lançou o livro Orson Welles no Ceará, pela Edições Demócrito Rocha, a mais completa e definitiva pesquisa sobre a passagem do cineasta em terras alencarinas para rodar o mitológico, e inacabado, It's All True, em 1942.
"Prefiro estar filmando a fazer qualquer outra coisa. Fico estonteado com meu amor ao cinema. Não em relação aos filmes, que nem gosto de ver. Adoro é fazer filmes", dizia Welles em tom de brincadeira. "Mentiroso" audaz, ele fazia e falava verdades com seu dom de iludir.
Hoje um século e quatro anos de nascimento do gênio, acima fotografado por Victor Skrebneski em seu estúdio, Los Angeles, 1970.
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