terça-feira, 15 de janeiro de 2019

resposta literal

foto Magalhães Jr.
“Se estamos em uma ‘guerra cultural’ é a cultura que tem o maior poder de produzir um curto circuito em ‘tudo que está ai’. Uma arte, sim, brutal, literal, que nos embrulhe o estômago, nos enoje e não nos deixe acostumar com o horror!”
- Trecho do artigo da jornalista Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, publicado na Revista Fórum, sobre a censura imposta pela Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, à exposição Literatura Exposta, na Casa França-Brasil, desmontada domingo passado, que previa na programação uma apresentação do coletivo És Uma Maluca, com crítica à tortura no período da ditadura militar.
A performance com duas atrizes, baseada no conto Baratária, do escritor e professor de Língua Portuguesa Rodrigo Santos, inclui seis mil baratas de plástico em volta da tampa de um bueiro, do qual saem trechos de discursos do presidente eleito, favorável à tortura. O texto fala de uma mulher martirizada com baratas introduzidas em sua vagina.
Em protesto, artistas do coletivo fizeram ontem, às 18h, a performance do lado de fora da instituição.
(Enquanto isso, o governador eleito do RJ participou da cerimônia de troca de comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais, e, sorrindo, recebeu um presente inusitado: um quadro com seu rosto feito com projéteis de fuzis).
O horror! O horror! O horror!


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