“Que só eu que podia
dentro da tua orelha fria
dizer segredos de liquidificador”
- Cazuza em Codinome Beija-Flor, composição em parceria com Ezequiel Neves e Reinaldo Arias, gravada em seu primeiro disco solo Exagerado, 1985, e várias outras boas 20 interpretações diferentes, como a de Luiz Melodia, Cássia Eller, Cauby Peixoto...
Na biografia do cantor “Só as mães são felizes”, 1997, escrita por sua mãe, Lucinha Araújo, e pela jornalista Regina Echeverria, diz que a letra foi escrita quando Cazuza estava no Hospital São Lucas, em Copacabana, se tratando de uma pneumonia. Deitado na cama ele observava beija-flores na janela, que “inspiraram o meu filho a criar uma de suas mais delicadas e belas canções”, lembra Lucinha, na página 92.
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Codinome..., uma balada acústica, acompanhada por piano e violinos, meio bossa-nova e nada ‘roquenroll’, encanta pela doçura da intimidade narrada na letra, quando se ama em segredo, de um esconderijo no peito. Os exagerados também amam e sabem zelar seu bem-querer com a mais profunda ternura.
O trecho acima gerou muitas especulações, entre análises que se pretendiam acadêmicas a abobrinhas especulativas em revistas semanais. Apenas esse pedaço letra gerou mais curiosidade do que toda caleidoscópica W Brasil, de Jorge Benjor, e a viagem de bacáceo do Açaí de Djavan.
Até que em 1989, em um especial da TV Globo, quando Cazuza se preparava para cantar em dueto com Simone, explicou que os versos se referiam àquele momento em que a pessoa diz palavras apaixonadas no ouvidinho da outra. E exemplificou com a própria língua com movimentos circulares o que a expressão metaforiza. Pronto. Simples assim. E liquidificador nem é letal.
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