Anita Ekberg resolve tomar banho com roupa na Fonte de Trevi enquanto Marcello Mastroianni tenta achar leite para um gatinho, que ela tinha visto nas ruas. Ao retornar, Marcello vê Anita se banhando e se deslumbra.
A cena é do filme A doce vida (La dolce vita), de Federico Fellini, rodado em 1960. Mastroianni é o jornalista Marcello Rubini, Anita vive uma fictícia atriz hollywoodiana chamada Sylvia Rank. Escândalo mundial, premiado em Cannes e Oscar de melhor figurino, o longa é um retrato da Roma em seu esplendor, e antecipou as mudanças que fizeram dos anos 60 a década da transformação, mostrando o tempo da velocidade, da americanização dos hábitos, dos carros e das mulheres formidáveis.
A doce vida é todo cheio de cenas emblemáticas, como a abertura, com a sequência da estátua do Cristo sobrevoando Roma, não por milagre, mas transportado por um helicóptero, dentro do qual estão os repórteres sensacionalistas e um fotógrafo paparazzi - termo que acabou sendo incluído no vocabulário mundial.
Anita Ekberg se foi para outras fontes em janeiro de 2015, aos 83 anos. Solitária e doente, morava em uma casa de idosos, numa província perto de Roma. Teve um melancólico fim de vida, nada doce.
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