foto olhardigital
Em quarentena. Entre leituras, escritas e afazeres, trabalho em casa, entre telefonemas aos filhos, familiares, um amigo no andar de cima e outros distantes, viagens canceladas, passeios adiados, entre olhar da janela a rua deserta e o inimigo invisível que avança por todos os lados, entre a saída rápida ao supermercado esvaziado, luvas, álcool gel, máscara, o medo coletivo mensurado a dois metros na fila, entre o grupo de risco e o risco de ficar em grupos, entre a descrença ainda de muitos ao perigo iminente, entre a saudade de um abraço e as mensagens no WhatsApp, hashtag #fiqueemcasa nas redes sociais, entre a impotência de ver os que não têm casa onde ficar, entre a revolta crescente pelo país estar entregue a um demente de "gripezinha" na presidência, assessores delirantes na mesma ala da estupidez, poderes legislativo e judiciário fracalhões, entre a aceitação de recolhimento e a esperança que se arranca não se sabe de onde...
A sensação que se tem é que estamos entregues ao próprio infortúnio, de estarmos dentro de um desses filmes de contágio, ou nas páginas de A peste, de Albert Camus, filmado por Ridley Scott.
A realidade confirmando a ficção.
A realidade confirmando a ficção.
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