“Agora estamos em casa. Aqui Leonilson passou a sua infância, parte da sua juventude e os últimos dias de sua vida. A obra retornou à sua casa e estamos todos felizes.”
- Ana Lenice Silva, irmã do pintor, desenhista e escultor Leonilson, nascido em Fortaleza, sobre a inauguração do espaço inaugurado em 2018 para abrigar todo o acervo do artista, falecido em 1993, aos 36 anos.
Diretora do Projeto Leonilson, que preserva e divulga a obra do irmão, o endereço a que ela se refere fica na rua Major Maragliano, 94, Vila Mariana, na capital paulista, cidade para onde Leonilson se mudou em 1961, com a família. Depois de dez anos instalado na rua França Pinto, no mesmo bairro, o Projeto ocupa todos os cômodos da casa, como a alma que se veste de todo o corpo que é seu para o abraço de todos.
São mais de 1000 obras de pinturas, bordados, desenhos, instalações, figurinos, cenários teatrais, além de objetos pessoais, como máquinas fotográficas, brinquedos, mapas, materiais de trabalho, uma coleção de fitas cassetes e diários, organicamente expostos no térreo, onde o artista recebia as visitas, e no piso superior, onde está sua vasta biblioteca.
A arte de Leonilson, ricamente em diversas linguagens plásticas, expressa com beleza a esperança, reflete os dramas, as angústias do homem contemporâneo, principalmente nos últimos anos de sua vida, quando descobriu ser soropositivo e usou sua dor como matéria prima para suas criações, numa dimensão alegórica que somente um grande ser humano sabe utilizar, e assim eternizar-se na história e no coração de quem lhe quer bem.
Leonilson faria hoje 63 anos, “especialmente feliz” em sua casa, como disse a irmã.
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