terça-feira, 21 de abril de 2020

aos homens de nosso tempo

foto Maurício Nunes
"Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa rapacidade
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes."

- trecho de Poemas aos homens de nosso tempo, de Hilda Hilst, publicado no livro Júbilo, memória, noviciado da paixão.
Lançado em 1974, no período mais cruel da ditadura militar, derramando “o sangue das gentes” brasileiras, o livro, e especificamente o poema, é extensivo a estes tempos pandêmicos de políticos almas sebosas como o presigárgula, esse gambá fedorento que preside o nosso país. #Elenão e seus seguidores dementes que escolhem “ouro, conquista, lucro, logro” em vez da vida.
Hilda Hirst, a grandiosa senhora obscena, faria hoje 90 anos - ela que sabia tanto das almas dos homens em sua poesia.

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