No dia 31 de agosto de 1969 o presidente Costa e Silva sofre um derrame cerebral. O vice Pedro Aleixo, que deveria ter se tornado presidente interino sob a Constituição de 1967, foi sumariamente destituído do cargo. A ditadura não estava disposta a permitir que civis tivessem uma parcela real de poder. No dia seguinte foi assinado o Ato Institucional N° 12 que colocou os ministros da Marinha, Augusto Rademaker, do Exército, Lira Tavares, e da Aeronáutica, Marcio de Sousa, no comando do país enquanto o general se recuperava.
Mergulhado na escuridão do AI-5, a boa nova do sol de primavera não andava nos campos naquele setembro que chegava. No dia 4, membros armados do grupo revolucionário MR-8 e da ALN sequestram no Rio de Janeiro o embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em troca de muitos que se perderam no caminho.
O triunvirato governamental, ou Junta Governativa Provisória, pois o termo “junta militar” fora proibido de usar, assina o decreto-lei que estabelece a nova Lei de Segurança Nacional. Menos de um mês depois é declarado extinto o mandato de Costa e Silva, que só viria a falecer em dezembro. No final de outubro os militares empossam o mais terrível dos ditadores, Garrastazu Médici.
Com o recrudescimento do regime militar, na noite de 4 de novembro Carlos Marighella, líder da ALN, foi surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, e é morto a tiros de metralhadora por agentes do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Fleury.
15 dias depois, Pelé chuta o seu milésimo gol, no jogo Santos e Vasco da Gama, na arena do Maracanã, já no pontapé para o clima de "Pra frente, Brasil" do ano seguinte, abafando os gritos no porão.
Rebobinando a fita para setembro, no mesmo dia 1º da junta militar, foi ao ar a primeira edição do famigerado Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, com os âncoras Cid Moreira e Hilton Gomes.
Sempre teve tudo a ver.
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