quinta-feira, 3 de setembro de 2020

para pintar o retrato de um poema

Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Adélia Prado, Bertolt Brecht, Charles Bukowski, Gabriel García Márquez, Guimarães Rosa, Chico Buarque, Manoel de Barros, entre tantos outros poetas, romancistas, dramaturgos e compositores, fazem parte do projeto Espalhemos Poesia, criado em 2016 pelo ator, diretor e poeta mineiro Odilon Esteves, divulgado em suas páginas nas redes sociais e no seu canal no YouTube.
Poemas, trechos de romances e peças, letras de músicas, ganham uma dimensão orgânica e íntima na leitura de Odilon. Quem ouve, lê com ele cada verso, vê cada cena, escuta cada letra.

Formado pelo Curso Profissionalizante de Teatro do Palácio das Artes de MG e graduado em Artes Cênicas pela UFMG, o ator é um dos fundadores da Cia. Luna Lunera, de Belo Horizonte. Suas marcantes atuações no cinema, teatro e televisão, vão de papéis desafiadores, como o dominicano frei Ivo no filme Batismo de sangue, de Helvécio Ratton, 2007, ao travesti Cíntia na minissérie Queridos amigos, de Maria Adelaide Amaral, exibida na TV Globo em 2008, com direção de Denise Saraceni.
Com os vídeos, a poesia se espalhou mais intensivamente nesses meses de necessário isolamento social. Na moldura dramatúrgica que se formata no projeto, o texto lido amplia e "ajuda a abrir janelas dentro da nossa imaginação”, como disse o ator em entrevista ao jornal O Estado de Minas, definição que vai de encontro, como referência e reverência, ao que expressa Mário Quintana em Emergência, “quem faz um poema abre uma janela.” Odilon se estende e segue o receituário, pois bem sabe que “quem faz um poema salva um afogado” que ouve.
O francês Jacques Prévert, poeta do simbolismo e roteirista de filmes do realismo poético, é um dos agraciados com o trabalho do ator. O poema “Para pintar o retrato de um pássaro”, publicado em seu primeiro livro, “Paroles”, de 1946, abre janelas e alça voos em nossa imaginação.
No vídeo acima, a animação, efeitos visuais e a suave trilha sonora pincelam as cores na sinestesia da leitura.

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