segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

os sonhos de Fellini

Do começo dos anos 60 até 1990, o cineasta Federico Fellini, aconselhado pelo seu psicanalista junguiano, manteve o hábito de, ao acordar, escrever o que tinha sonhado. E além de escrever, desenhava. Uma espécie de diário onírico ilustrado.
Muitas desses relatos e desenhos foram fontes para a composição de cenas e personagens de seus filmes.
Dois volumosos cadernos e dezenas de folhas avulsas com essas anotações, que o cineasta definia como “trabalhos noturnos”, ficaram guardados pelos seus herdeiros em cofre de um banco, de 1993, ano de sua morte, até 2006, quando a Fundação Federico Fellini adquiriu os direitos autorais e publicou Il libro dei sogni (O livro dos sonhos) organizado pelo roteirista e dramaturgo Tullio Kezich e o professor de história e cinema Vittorio Boarini.
A curiosa publicação revela tanto sonhos quanto pesadelos, e mostra o inconsciente inquieto e fascinante de um criador genial, com seus desejos, amores, medos, ansiedade, remorsos, erotismo, praticamente compondo uma análise dos mistérios e enigmas do ser humano.
Fellini dizia que desde pequeno tinha duas vidas: uma com os olhos abertos e outra com os olhos fechados.
Na foto abaixo, um flagrante da vida de olhos fechados do cineasta, enquanto descansava nos bastidores das filmagens de A doce vida, 1960.
Hoje 100 anos de nascimento do cineasta que fazia dos sonhos, filmes. E o cinema virou sonhos.

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