sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

manhã sombria

Em 1933, com a chegada de Hitler ao poder, os ideais nazistas, sob o comando do ministro da Propaganda Joseph Goebbels, atingiram de forma implacável tudo que fosse crítico ou desviasse do pensamento imposto pelo infame regime.
O “sectário” especial da falta de cultura do desgoverno brasileiro, um “dramaturgo” com sérios distúrbios intestinais-celebrais, em seu pronunciamento ontem ao anunciar o Prêmio Nacional das Artes, copiou-colou o discurso de Goebbels que obrigava, como é próprio dos ditadores, “uma heroica arte alemã”, “livre de sentimentalismo”, “imperativa e vinculante, ou então não será nada”.
A queima de livros em junho de 1933, em várias praças públicas de cidades alemãs, é um dos fatos mais simbólicos desse período cruel, no que atinge os pontos nevrálgicos do espírito da humanidade: a educação e a cultura.
Entre inúmeros escritores que tiveram suas obras queimadas, o alemão Thomas Mann, autor de Os Buddenbrooks, Morte em Veneza, A Montanha Mágica, Nobel de Literatura em 1929, foi um dos mais perseguidos pelo regime nazista. Foi embora para a Suíça, e de lá para os Estados Unidos, mas logo atormentado pelo mccarthismo.
O educador português, radicado no Brasil, Carlos Seabra, à propósito do escritor e da gravidade em que vivemos, escreveu hoje que “Nesta manhã sombria para a cultura brasileira, vale lembrar o que alertava Thomas Mann, um dos maiores alvos das ações de Goebbels"
“O estado de espírito excêntrico de uma humanidade que fugiu de seus ideais corresponde a uma política no estilo grotesco, com atitudes de exército de salvação, espasmos em massa, aleluias e a repetição de frases de efeito monótonas até que a boca esteja espumando. O fanatismo se torna um princípio de cura, o entusiasmo um êxtase epilético, a política se torna um ópio em massa do Terceiro Reich ou uma escatologia do trabalhador, e a razão esconde sua face.”
Qualquer semelhança não é “coincidência retórica”, como defende-se o presunçoso e asqueroso “sectário” sobre a repercussão de seu discurso.
O ovo incubado da serpente rompeu a casca.

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