“'Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio porque as águas se renovam a cada instante'. De acordo com a filosofia de Heráclito, nem o homem nem as águas do rio são mais as mesmas quando se volta a mergulhar. A lógica pode ser aplicada à leitura: não se lê duas vezes o mesmo livro. Em essência, o livro é o mesmo. Mas o leitor não."
- Nicole Ayres Luz, mestra em Teoria Literária, UERJ, no site Homo Literatus, 2015.
Na foto acima, David Kross e Kate Winslet em uma cena de O Leitor (The Reader), produção norte-americana e alemã, dirigida pelo inglês Stephen Daldry, em 2008.
Baseado no romance Der Vorleser, do alemão Bernhard Schlink, 1995, conta a história do relacionamento do adolescente Michael, 15 anos, com Hanna, 21 a mais que ele. A delicada relação amorosa é marcada por pequenos gestos sensuais, líricos rituais com a leitura de clássicos de Tolstói, Dickens, Goethe...
“O prazer com que tinha chegado ia-se embora com a leitura. Ler uma peça assim, de modo que os diferentes personagens se tornem reconhecíveis, únicos e vivos, exige certa concentração. Embaixo do chuveiro, o prazer voltava a crescer. Ler em voz alta, tomar uma chuveirada, amar e ficar um pouco mais juntos – este tornou-se o ritual dos nossos encontros”, lê-se na página 50 do romance.
Hoje é comemorado o Dia do Leitor.
A data é em homenagem à fundação do jornal cearense O Povo, em 1928, criado pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha. À época o diário ficou conhecido por combater a corrupção e divulgar fatos políticos, e o suplemento cultural Maracajá tornou-se um espaço de divulgação do movimento modernista literário do Ceará.
Independente de celebrações marcadas, banhemo-nos diariamente nas chuveiradas de um “montão de amontoado de muita coisa escrita”, que são os livros.
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