cena de Bonitinha, mas ordinária, de J. P. Carvalho, 1963
"Bem que quiseram transformá-la em Jeanne Moreau
brasileira. Bobagem. Odete Lara é única. Sem comparações. Um mistério
que nunca foi desvendado. Uma explosão de feminilidade no cinema, um
olhar penetrante e uma voz inesquecível. Essa voz, por sinal, garantiu a
melhor gravação dos afro-sambas de Baden e Vinicius. A história de
Odete Lara sempre vai se confundir com a histórias das artes no Brasil.
Pensando bem, Jeanne Moreau é que é a Odete Lara francesa."
Esse texto, lúcido,
verdadeiro, é do jornalista Artur Xexéo, no catálogo da mostra de
filmes "Odete Lara, atriz de cinema", apresentada no Centro Cultural
Banco do Brasil, Brasília, em 2011.
Na abertura do evento, após a exibição de um dos filmes, cruzei com a
atriz no estacionamento, conversando com outros mortais, numa aura de
simplicidade que me encantou. Por um instante, tive vontade de me
aproximar e pedir um autógrafo no catálogo. Não somente a minha extrema
dificuldade pra esse tipo abordagem me fez recuar, preferi manter a
distância do mito, não desconstruir o elo lendário com uma das minhas
musas.
Odete Lara partiu hoje, aos 85 anos. Eternamente musa.
Odete Lara partiu hoje, aos 85 anos. Eternamente musa.
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