Foto: Hassan Ammar / AP
Na festa de abertura da Copa do Mundo de 2010, em Johanesburgo, o que surpreendeu e superou todas as apresentações foi o discurso do arcebispo da Igreja Anglicana Desmond Tutu, Nobel da Paz em 1984. "Bem-vindos ao solo sagrado da África do Sul!", saudou, vestido com a camisa da seleção da casa e um cachecol dos Bafana Bafana.
Desmond foi o primeiro negro a ocupar o cargo de arcebispo da Cidade do Cabo, e também o Primaz de sua igreja por dez anos, a partir de 1986. Junto com Nelson Mandela, foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid, liderando protestos em locais públicos contra o governo. Soube muito bem vestir-se com indumentárias de altas posições no clero para lutar contra a segregação racial em seu país e no mundo.
Dizia que a fé e compreensão bíblica sem trabalho e coragem é uma crença morta. Nas últimas décadas Desmond Tutu assumiu abertamente pautas atuais e falava sobre a ocupação do território palestino por Israel, os direitos da população LGBTQIA+, as mudanças climáticas e tantos outros temas urgentes.
Desmond Tutu faleceu na manhã de 26 de dezembro de 2021, aos 90 anos, depois de um longo tratamento contra câncer na próstata.
“Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã / zelai por nossa negra flor pagã / salve a batina do bispo Tutu”, como louvava Gilberto Gil em Oração pela libertação da África do Sul, disco Dia Dorim Noite Neon, 1985.
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