terça-feira, 12 de dezembro de 2023

à altura dos corações



Yasujiro Ozu, o cineasta do cotidiano, dos laços e desenlaces familiares.
Criador dos planos com tripé baixo, sua câmera-tatame está sempre à altura dos corações dos que partem e dos que voltam.
Minimalista, com serenidade e sutileza, seu cinema disseca sentimentos, como deve ser para o entendimento e reflexão de todos nós, seres imperfeitos metidos a sabidos.
Em seus 53 filmes, principalmente os produzidos a partir da década de 40, Ozu estabelece uma estrutura neorrealista, confrontando o velho e o novo Japão, muito bem definido no envelhecimento e na modernidade, nos filhos e nos pais, nas cidades e nos costumes, no efêmero que somos, no eterno que pretendemos.
Como em conceito taoísta, o cineasta veio e se foi no mesmo dia, 12 de dezembro. Os 60 anos que se ligam entre o seu Yin em 1903 e o seu Yang em 1963 reúnem as forças da transformação contínua, da vida que surge à vida que se destina.
Foto: Ozu dirigindo Pai e filha (Bashun), 1949.
Acervo Nippon Communications Foundation

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