quarta-feira, 5 de maio de 2021

este e o outro lado


Tenho uma grande curiosidade do Outro Lado.
(Que haverá do Outro Lado, meu Deus?)
Mas também não tenho muita pressa...
Porque neste nosso mundo há belas panteras, nuvens, mulheres belas,
Árvores de um verde assustadoramente ecológico!
E lá - onde tudo recomeça -
Talvez não chova nunca,
Para a gente poder ficar em casa
Com saudades daqui...
- poema de Mario Quintana, publicado no livro Velório sem defunto, 1990.
Na foto acima, de Liane Neves, o poeta sem muita pressa na sua Travessa dos Venezianos, Porto Alegre, 1986, oito antes de seguir para o outro lado, no dia 5 de maio de 1994, no Hospital Moinho de Ventos.
- Naquele ano da foto, com Sarney na presidência da República, foi lançado o Plano Cruzado em fevereiro, estabelecido o congelamento de preços;
- a 8ª Conferência Nacional de Saúde nasceu como um marco na história do Sistema Único de Saúde, o SUS;
- a Lei de Incentivo à Cultura é sancionada pelo governo federal;
- o Brasil firma com a Argentina os acordos econômicos de integração mútua, base da futura criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul);
- foram realizadas as eleições gerais para governadores, senadores, deputados federais e estaduais;
- até no espaço o Brasil aparecia lançando o segundo satélite de comunicações, Brasilsat A2;
- e um dos "maiores" sustos que tivemos da natureza foi um terremoto de 5,3 graus na Escala Richter no sertão de João Câmara, no Rio Grande do Norte.
Se não era ainda o Brasil que desejávamos depois de mais de duas décadas de ditatura militar, era o que estávamos querendo mudar. Nem se compara com era tosca implantada com a eleição de 2018, com a alma sebosa e seu desgoverno genocida.
Relendo poema de Quintana, entendemos porque ele não tinha pressa de ir para o Outro Lado.
E o lado cá hoje mais triste com a partida do querido Paulo Gustavo.

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