Da série para o projeto ©Paredes Descascadas
As pedras nas ruas parecem falar diante os seres que passam. O chão das ruas sob os pneus dos carros, as calçadas sob nossos passos, os muros que nos ladeiam. Precisam do nosso olhar para que nós mesmos nos humanizemos mais.
Numa parede de uma rua no bairro de Messejana, Fortaleza, flagrei um pequeno cachorro com um olhar triste. Ali, fossilizado pelo abandono, ou por ter se perdido de seu dono. Todo seu corpo como uma lápide na estampa derradeira. Sem coleira, na eternidade do esquecimento. Pode ser que não esteja mais lá, sumiu com o tempo que não para.
Esses flagrantes capto com a câmera do Smartphone por onde passo e às vezes fico minutos imaginando as horas que o tempo lapidou essas imagens. Acredito esse tempo-artista como o cinzel de Da Vinci, o pincel de Chico da Silva, a goiva de J. Borges.
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