terça-feira, 11 de maio de 2021

all be right


Na filosofia rastafari, o corpo é um templo intocável, que não se pode alterar, modificar. Uma das características desse pensamento são as barbas crescidas e os cabelos dreadlocks.

Bob Marley sofria de câncer de pele, que se desenvolveu fortemente sob uma unha infeccionada, no final dos anos 70. Segundo os médicos à época, se amputasse o dedo do pé, as chances seriam positivas de a doença ser curada. O cantor, além de seguir fielmente a doutrina, teria se negado a perder o dedo, embora tenha muito se divulgado que ele se preocupava que a cirurgia o fizesse parar de dançar e afetasse sua carreira, no auge de popularidade e reconhecimento. Preferiu um tratamento alternativo, com um médico naturalista alemão.
Mas em 1981, a doença avançou de uma forma incontrolável. O câncer se alastrou pelo estômago, pulmões, chegando ao cérebro. Marley morreu aos 32 anos, em sua casa na Jamaica, consolando a própria mãe, dizendo-lhe "mommy, no cry. I'm going ahead to prepare a place."
A fotógrafa norte-americana Kim Gottlieb-Walker, 74 anos, notória por criar ao longo de 50 anos de carreira um rico portfólio de personalidades do mundo artístico, foi quem mais fotografou Bob Marley, em shows, bastidores, em casa.
Entre 1975 e 1976, ela e o marido Jeff Walker acompanharam e documentaram o dia a dia do cantor e de outras lendas do reggae, Bunny Wailer, Lee “Scratch” Perry e Peter Tosh.
Esse trabalho resultou nas publicações "Bob Marley: Portrait inédit en fotos" e "Bob Marley And The Golden Age Of Reggae", lançadas em 2011, em lembrança aos 30 anos de sua morte. À época do lançamento ela falou sobre o trabalho:
“Em vez de tirar fotos, o processo é de doação. A pessoa se confia a mim e, em troca, eu respeito sua privacidade e sua sensibilidade e faço o meu melhor para capturá-las da maneira mais bela e expressiva - um ato mútuo de doação. Eu me vejo como um 'anjo da gravação' que está lá para documentar o que acontece para a posteridade - um historiador mais que um artista - capturando os momentos que merecem ser preservados. ”
A foto abaixo faz parte do primeiro livro.
Hoje Marley faria 76 anos.
O wailer continua:
"my feet is my only carriage / so I've got to push on through... / but while I'm gone / I mean: everythings gonna be all right!"

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