“Quando ouvi Salif Keita, dancei...”, diz Chico César em À primeira
vista, aquela do refrão djvaniano “amarazáia zoê, záia, záia / ahin
hingá do hanhan...”
Eu, quando ouvi Salif Keita pela primeira
vez, em 1987, no seu disco de estreia, Soro, me emocionei. E mais
ainda ao saber da história desse grande músico maliano. Nascido em uma
família fundadora do Império Mali, o cantor tinha tudo para não ser
cantor. Essa “tarefa”, pela tradição da cultura daquele país
da África Ocidental, pertence a outro tipo de pessoas, ou povo, não sei
bem como denominar. Por lá chamam de ”griots”, incumbidos com a arte de
contar histórias, lendas, e, de certa maneira, informar e educar. Não
deixa de ser, e configurar, uma estrutura social, porque evoca uma
genealogia e história de seu povo. Guardando as devidas proporções, é
como os nossos repentistas, por serem guardiões da tradição oral.
Mesmo com esse valor respeitado dos artistas populares, um membro do
Império maliano, como Salif Keita, tem reputação nobre, não lhe cabe a
incumbência. Mas sua arte ultrapassou esse conceito, rompeu os limites
da linhagem, e a música foi abençoada com o talento desse grande
compositor, que hoje completa 66 anos de idade.
Junta-se a esse detalhe na vida de Keita, o fato de ter nascido albino, como nossos Hermeto, Sivuca.... Uma raridade naquela região. Tanto é que tal condição caracteriza um sinal de azar na cultura dos maiores grupos étnicos do ocidente africano. Salif Keifa, mesmo com a repercussão de seus discos no exterior, o reconhecimento mundial de sua música, foi de uma forma disfarçada hostilizado na própria terra.
O cantor mora em Paris desde os anos 80. Quando criou asas, voou.
Junta-se a esse detalhe na vida de Keita, o fato de ter nascido albino, como nossos Hermeto, Sivuca.... Uma raridade naquela região. Tanto é que tal condição caracteriza um sinal de azar na cultura dos maiores grupos étnicos do ocidente africano. Salif Keifa, mesmo com a repercussão de seus discos no exterior, o reconhecimento mundial de sua música, foi de uma forma disfarçada hostilizado na própria terra.
O cantor mora em Paris desde os anos 80. Quando criou asas, voou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário