Hoje: 51 anos do golpe militar no Brasil. Não há motivos para
comemorar. Pelo menos do lado de cá. Os reacionários, ultradireitistas,
fundamentalistas de ideias conservadores devem estar saudosos.
Foram 20 anos de trevas sobre o país até os primeiros raios de luz das
Diretas Já. Da "ditadura técnica" do abjeto Collor até a esperança de
Lula chegamos a uma democracia. Não é a democracia que queremos, que
sonhamos, mas é uma democracia, e mesmo com os defeitos, que precisamos combatê-los, o país é uma república federativa presidencialista.
Vivemos duas décadas de arbitrariedades, de prisões, de torturas, de
mortes, de "suicídios", de corpos em valas comuns, sumidos, jogados ao
mar. Há mais de quarenta anos que pais não têm seus filhos de volta, que
filhos não conhecem seus pais, que brasileiros perderam o passado em
cárceres e ainda ecoam em seus ouvidos a ira de seus carrascos. A
tortura como instrumento do Estado, e da lei, foi uma marca registrada
do governo militar.
Em 1998 realizei um filme curta-metragem, O último dia de sol, ambientado nesse período. Com roteiro a partir de lembranças minhas sobre o meu pai e histórias que ouvia, o filme se passa na madrugada de 1º de abril de 1964, quando um militante político foge com a mulher e o filho pequeno numa pequena cidade do interior cearense. Filmei em preto-e-branco, em película 35mm, com atores e técnicos de Brasília, Fortaleza e Rio, na pequena cidade de Baturité, a 100 quilômetros de Fortaleza, reconstituindo a época e revisitando as emoções. Foram dois anos entre filmagem e montagem, e junto a alegria de fazer cinema, de ouvir o toque da claquete e gritar "ação!", as dificuldades inerentes, principalmente de orçamento.
Neste 31 de março, a minha homenagem aos que lutaram contra a ditadura escancarada.
Foto: Deise Jeffiny Ao meu lado na câmera, o diretor de fotografia Miguel Freire e o assistente Matias Sebastian, à frente, o ator Joca Andrade.
Ao meu pai, Francisco. Aos meus filhos, Enzo e Manuela.
Ao diretor executivo do filme, Almiro Santos Filho, in memorian.
Em 1998 realizei um filme curta-metragem, O último dia de sol, ambientado nesse período. Com roteiro a partir de lembranças minhas sobre o meu pai e histórias que ouvia, o filme se passa na madrugada de 1º de abril de 1964, quando um militante político foge com a mulher e o filho pequeno numa pequena cidade do interior cearense. Filmei em preto-e-branco, em película 35mm, com atores e técnicos de Brasília, Fortaleza e Rio, na pequena cidade de Baturité, a 100 quilômetros de Fortaleza, reconstituindo a época e revisitando as emoções. Foram dois anos entre filmagem e montagem, e junto a alegria de fazer cinema, de ouvir o toque da claquete e gritar "ação!", as dificuldades inerentes, principalmente de orçamento.
Neste 31 de março, a minha homenagem aos que lutaram contra a ditadura escancarada.
Foto: Deise Jeffiny Ao meu lado na câmera, o diretor de fotografia Miguel Freire e o assistente Matias Sebastian, à frente, o ator Joca Andrade.
Ao meu pai, Francisco. Aos meus filhos, Enzo e Manuela.
Ao diretor executivo do filme, Almiro Santos Filho, in memorian.
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