"Eu sou muito ruim de datas", diz Chico Anysio em sua biografia Sou
Francisco, de 1991, logo no comecinho do livro, e no capítulo ele
justifica essa sua falha.
E eu já sou bom de datas, meu querido
conterrâneo, e não vou esquecer o dia 23 de março 2012, quando liguei o
computador e me deparei com a notícia de sua partida. Não achei a menor
graça, Chico.
Eu sei que você lutou durante os últimos três meses para
não se encontrar agora com o Seu Rolando Lero, o
Samuel Blaustein, Bertoldo Brecha, Baltazar da Rocha, Dona Bela, Galeão
Cumbica, Mazarito, Manuela D'Além-mar, Gaudêncio, Rui Barbosa Sá Silva,
Pedro Pedreira, alguns dos alunos da sua Escolinha, mestre Raimundo, e
estão aprontando lá por cima. Mas a "indesejada das gentes" tem esse
incômodo da pontualidade e não ser intermitente como bem idealizou
Saramago em um dos seus livros.
Creio que sua última participação no cinema foi no filme do meu amigo Clébio Viriato, O auto da camisinha, e está ótimo no papel de Padrinho. Que
personagem mais adequado! Você se dispôs tão simpaticamente ao convite
de Clébio e encantou dezenas de atores que contracenaram com você no
sertão de Quixadá.
Você é múltiplo, Chico. Escrevia, atuava, cantava, vivia! Você é multimídia, você foi visionário. Você ficou vários com seus mais de duzentos Chicos. É muita saudade, Chico.
E permita-me dizer-lhe que você é meu segundo Francisco: o primeiro é meu pai, que lhe admirava e também está sob outras luzes.
Um beijo, Franciscos.
Você é múltiplo, Chico. Escrevia, atuava, cantava, vivia! Você é multimídia, você foi visionário. Você ficou vários com seus mais de duzentos Chicos. É muita saudade, Chico.
E permita-me dizer-lhe que você é meu segundo Francisco: o primeiro é meu pai, que lhe admirava e também está sob outras luzes.
Um beijo, Franciscos.
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