terça-feira, 30 de janeiro de 2024

o nome presente da ausência


Foto: Xana Morais, Zambujeira do Mar, distrito de Beja, Portugal, 2021

Saudade, essa bela palavra substantiva, feminina, tão expressiva na língua da última flor do Lácio; essa raiz em nosso coração do latim solitatem, que desfolha no significado solidão; essa delimitação do vazio que Olavo Bilac dizia que “é a presença dos ausentes”, ausência que em Drummond, uma vez assimilada, “ninguém a rouba mais de mim”.
E assim,
"saudade" em Camões
é
“te extraño” em Cervantes,
“mi mancate” em Alighieri‎,
“I miss you” em Shakespeare,
“tu me manques” em Baudelaire,
“sehnsucht” em Goethe,
“tocka” em Dostoiévski,
“koishii” em Mishima,
“wo shiang ni” em Yu Xiang,
“brakujący” em Szymborska...
Esse sentimento de nostalgia, essa ‘sodade’ a caminho de São Tomé na voz de Cesária Évora.

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