domingo, 21 de janeiro de 2024

viagem ao cinema

Georges Méliès, com Viagem à Lua (Le Voyage a la Lune), de 1902, criou as técnicas de stop-motion, a câmera rápida, as dissoluções de imagem, o storyboard, a manipulação com técnica para o movimento quadro a quadro.

Ilusionista de teatro e múltiplo prestigitador, desde 1896 apresentava seus pequenos filmes ao ar livre. Luzes de uma nova realidade artística que chegava aos olhos e corações de uma plateia encantada.
Para realizar sua viagem à Lua, investiu muito do que ganhou para construir um enorme cenário em um galpão, e criou meios para esconder o sistema mecânico que moviam as peças no dispositivo cênico. Um precursor dos grandes estúdios. Hollywood só foi criada em 1911.
Naqueles primitivos tempos, a cinematografia buscava o veio comercial. A produtora Pathé dominava na França. Méliès tentou distribuir seu filme nos Estados Unidos. Se conseguiu ir à Lua, atravessa o Sena e vai à Nova Jersey, onde a indústria de cinema se esboçava. O empresário Thomas Alva Edison patenteava todas as produções, de tudo que inventou e inventavam. Cópias de “Viagem à Lua” foram feitas, multidões lotaram salas. Méliès nunca recebeu um centavo de dólar.
As explosões da Primeira Guerra atingiram os negócios, implodiram as apresentações do cineasta. Cheio de dívidas, Méliès chegou a entregar negativos de filmes aos credores. O material derretido contém prata. De volta da viagem à Lua, retira-se do cinema. Com sua esposa, a atriz Jeanne d’Alcy (entre tantos, fez com ele Jeanne d'Arc), retornam às atrações nos teatros, nos circos, montam uma pequena loja de brinquedos e guloseimas.
No começo dos anos 30, cansados, se recolhem a Résidence Retraite du Cinéma et du Spectaclea, em Orly, uma casa de repouso geriátrico, ainda existente. Méliès tinha 76 anos quando faleceu de câncer na manhã de 21 de janeiro de 1938.
Acima, o cineasta cartografando a Lua.

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