Um disco clássico da música cearense completa este ano quatro décadas: Maraponga, de Ricardo Bezerra Conceitual, o LP, produzido por Fagner, tem arranjo de Hermeto Pascoal, com participação de Sivuca, Amelinha, Jaques Morelembaum, Mauro Senise, Robertinho de Recife e Nivaldo Ornelas.
Primeiro disco do compositor e arquiteto, o álbum mantém nesses quarenta anos a áurea da beleza e criatividade sonora, da simplicidade como último grau da sofisticação, como bem definia Leonardo Da Vinci.
Naquele final dos anos 70, quando toda uma geração da nova cena musical cearense se estabelecia no chamado sul-maravilha, Ricardo Bezerra, com todo o reconhecimento de seu trabalho de estreia, preferiu o bucolismo do sitio Maraponga aos céus arranhados das grandes cidades.
Maraponga-disco é o retrato sonoro do clima musical de Maraponga-sitio. Por ali a música e os amigos passaram dias e noites, esculpindo em cada pedaço do chão sagrado o que tem de mais valioso entre os seres humanos: o afeto.
O disco, com suas nove belíssimas faixas, ganha mais uma hoje à noite: com a presença de Ricardo, o canto uníssono da releitura desse clássico por Mona Gadelha, Pedro Madeira, Orquestra Popular do Nordeste, sob a batuta do guitarrista, produtor e arranjador Mimi Rocha. Mais do que um evento, o acontecimento será às 19h no Cine Teatro São Luiz, em Fortaleza.
Sinto-me privilegiado pela oportunidade nesta noite de dezembro. Há quarenta anos, mais exatamente em maio de 1978, fui ao show de lançamento do disco, no Theatro José de Alencar, e, encantado, assisti aos três dias consecutivos de apresentação. Além do LP, conservo em meus arquivos o folheto da apresentação daquelas noites.
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