domingo, 9 de dezembro de 2018

o cinema livre de Cassavetes

O cineasta John Cassavetes, nova-iorquino filho de imigrantes gregos, foi o precursor do que chamamos de "cinema independente".
Para produzir seu primeiro filme, Sombras (Shadows), em 1959, pegou uma grana de sua poupança, pediu ajuda a familiares e amigos. Nenhuma distribuidora de Hollywood se interessou por aquele estranho filme com uma criativa narrativa improvisada.
Cassavetes levou o trabalho de estreia para o Festival de Veneza e ganhou o Prêmio Especial da Crítica, além de ter o filme lançado por renomados distribuidores europeus. Hollywood, cínica e interesseira, assediou o cineasta com propostas de produção nos grandes estúdios.
Cassevetes nunca fez concessões. Assinou contrato com Hollywood com a condição de filmar os seus roteiros, sem intervenções. Claro que isso não daria certo. Somente dois filmes foram produzidos por lá.
Em 1963, durante as filmagens e montagem de A child is waiting, o diretor não aceitou os pitacos e intromissões gerenciais do produtor. Concluiu o filme como quis e caiu fora. Ou seja, voltou para a periferia hollywoodiana e consagrou-se como o mais autoral cineasta americano, além de trabalhar como ator em vários ótimos filmes, entre eles, O bebê de Rosemary, de Roman Polanski.
Cassavetes preferiu divertir-se livremente.
Hoje faria 89 anos. Mas se foi eternamente jovem aos 59.
De 1964 a 2016 a televisão francesa produziu a série de documentários Cineastas de nosso tempo (Cinéastes de notre temps), projeto idealizado por Janine Bazin e André S. Labarthe. Em 1969, um episódio (foto) dirigido por Hubert Knapp e Labarthe foi dedicado a Cassavetes.

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