Assistir a um show de Sérgio Augusto Bustamante, esse senhor de 81
anos de loucuras e acordes dissonantes, mais conhecido como Serguei, é
sempre um show, na melhor tradução da palavra.
Lembro-me de uma
paleontóloga apresentação dessa lenda viva do rock brasileiro, há uns
cinco anos, na cidade-satélite Taguatinga, aqui já colada de Brasília
por prédios e linha do metrô. Em um pub reciclado a partir de um galpão,
o local de apresentação foi apropriadíssimo para as escavações e exibição do pansexual Serguei.
A figura é uma figura. Só vendo. E ouvindo. Mesmo que a voz rouca não
seja mais essas rouquidões todas. Serguei foi reverenciado, apalpado,
beijado, por um seleto e eufórico grupo de fãs, como se fosse um Mick
Jagger descamisado de Iggy Pop. A postura outsider cada vez mais
reincidente.
Entre os covers de sua set list, Summertime,
clássico eternizado pela versão blues de Janis Joplin, com quem ele
assegura ter rolado sexo, drogas e rock and roll – não necessariamente
nessa desordem. Ou sim.
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