Está sendo replicada em páginas do Facebook, uma carta creditada à cantora Maria Bethania ao ex-presidente Lula. Publicada originalmente no jornal virtual Piauí Hoje, edição de 28/4/2019, o texto, intitulado “Lula, eu não solto a sua mão”, é de autoria de Maria Betânia Silva, professora de Direito, aposentada. Rapidamente colocaram um H no nome e soltaram na internet com foto da cantora. Logo ela, extremamente discreta quanto a sua vida pessoal e posições políticas.
Em tempos de fake news que elege até presidente e seus milicianos, é prudente confirmar à exaustão o que é postado nas redes sociais.
Clarice Lispector, Fernando Pessoa, William Shakespeare, Pablo Neruda, Mário Quintana, Martha Medeiros, Bruna Lombardi, Arnaldo Jabor, Luis Fernando Veríssimo, Jorge Luis Borges, são algumas das “vítimas” notórias de textos apócrifos.
No caso do poeta argentino (foto), a ele é constantemente atribuído o poema Instantes, também intitulado Momentos ("se eu pudesse viver novamente a minha vida / na próxima trataria de cometer mais erros..."). Isso nunca foi dele! Nem nunca será, por mais que desatentos insistam. O estilo literário de Borges é outro, provocador, culto, avassalador, polêmico. Os versos do poema são bonitos, sim, otimistas, mas não é a literatura de Borges. Por mais contraditório que ele tenha sido, jamais se trairia em nenhum momento, nos últimos instantes. Ele nunca se arrependeu de nada.
O poema é de autoria de Nadine Stair, americana, e confirmado pela viúva do escritor, Maria Kordama. Não, Borges, não. Logo ele que dizia: "só aquilo que se foi é o que nos pertence."
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