quarta-feira, 24 de abril de 2019

a luz de Dona Edina


Por mais de 30 anos a produtora Edina Fugii esteve à frente da gerência dos Estúdios Quanta, São Paulo, o maior complexo de locações do Brasil para o setor de audiovisual.
Mas a figura afetiva e maternal de Dona Edina conquistou a simpatia dos realizadores do cinema nacional, principalmente os cineastas iniciantes na produção de seus curtas-metragens. Dona Edina não parecia uma executiva de uma empresa para os jovens. Ela atendia e facilitava tudo de produção, muitas vezes como patrocínio, ou locando a preços possíveis o que fosse necessário, de equipamentos de luz e de câmera a empréstimo dos providenciais banquinhos três-tabela.
Em 2010 Dona Edina criou sua Origami Cultural e Audiovisual, dando assessoria executiva e desenvolvendo projetos nas áreas de cinema, teatro, TV, artes plásticas, literatura, exposições, música. Sua presença nos festivais de cinema continuava como uma marca registrada, um símbolo da força feminina no cinema nacional.
Dona Edina partiu nesta manhã de quarta-feira para outros sets, aos 72 anos. Desde janeiro lutava para desproduzir um câncer que nunca se deseja em um roteiro da vida.
Tenho imensa gratidão a Dona Edina que apoiou meus primeiros curtas, nas décadas de 80 e 90. Nos intervalos de filmagens, sempre que eu sentava naquelas cadeiras de diretor, cedida pela Quanta, lembrava dela. Sentindo-me cineasta, agradecia, “obrigado, Dona Edina.”

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