Em julho do ano passado o Museu de Arte Contemporâneo, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, abriu a exposição Zé: Acervo de Experiências Vitais, em homenagem ao cearense Zé Tarcísio.
Com curadoria de Bitu Cassundé e Cecília Andrade, a exposição foi uma mostra panorâmica da vida e obra do artista plástico, pois “tudo que vivi se incorporou, automaticamente, ao meu acervo de experiências vitais, estando de uma ou outra forma, expresso em meus trabalhos”, como afirmou o sempre alegre Zé, brilhante com seus olhos brilhantes de amável bruxo.
Com obras de seu acervo, coleções particulares e de órgãos institucionais como do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, a exposição reuniu mais de 100 trabalhos entre pinturas, esculturas, instalações, fotos e vídeos, ocupando três ambientes do Museu.
Os trabalhos foram agrupados pelos espaços numa concepção que se integra aos signos de criação do autor. As peças produzidas nas décadas de 60 e 70, por exemplo, refletem questões ambientais, do corpo, comportamento, e se estendem às questões políticas, quando Zé Tarcísio esteve ligado a movimentos de resistência e teve seus trabalhos apreendidos pelos censores da ditadura.
Foi uma honra ter sido convidado para escrever o roteiro do vídeo Zé Tarcísio, apresentado na noite de abertura da exposição, e que ficou em exibição no período em que esteve aberta, até novembro passado.
Juntamente com uma equipe afinada nos meus projetos de cinema, Rui Ferreira (direção e edição), Alex Meira (direção de fotografia), Lenio Oliveira (som direto), e as assistências fundamentais dos fotógrafos Valdo Silva e Nildo Silva, o vídeo narra o percurso de construção do projeto e da composição curatorial, permitindo a todos uma participação afetiva na elaboração da exposição.
Experiências vitais para todos nós, proporcionadas pela essência da arte de Zé Tarcísio.
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