“Belchior não é mesmo uma figura fácil de decifrar. Nunca foi. Talvez, por isso mesmo, não haveria de sair de cena sem provocar alucinações e muitas dúvidas. Ao longo de quatro meses, o Verso ouviu amigos que conviveram com o cantor antes e durante a reclusão. O episódio continua presente, direta ou indiretamente, como pano de fundo das homenagens e recordações que as pessoas mais próximas ao cantor sobralense preparam para reverenciá-lo.”
Trecho da matéria publicada na edição de hoje do jornal Diário do Nordeste, Fortaleza, sobre os livros escritos recentemente que abordam o autoexílio do cantor cearense.
As publicações são assinadas por amigos que conviveram com Belchior. José Gomes Duarte, poeta e escritor potiguar residente em Florianópolis, professor da UFSC, lançou recentemente, de forma independente, Cancioneiro Belchior, onde mostra as primeiras versões de letras escritas na máquina de escrever, além de farta documentação fotográfica e alguns segredos do cantor.
O radialista gaúcho Dogival Duarte foi o primeiro anfitrião de Belchior na cidade Santa Cruz do Sul, hospedou-o por um ano em meio, e finaliza o livro que não considera uma biografia, e sim, como afirma, “um relato afetivo e pessoal sobre a estada do cantor em sua casa e de outros amigos."
O advogado capixaba Estevão Zizzi e a irmã do compositor, a socióloga Angela Belchior, lançam até o final do ano o primeiro volume de uma biografia, com documentos inéditos e entrevistas.
Belchior dizia que a eternidade é o tédio dos deuses. Mas ele, eterno na história da música brasileira, é tema inesgotável. E a perenidade se solidifica pelo tempo em que os enigmas não são decifrados. Belchior é eterno no coração de quem lhe quer bem.
No próximo dia 30, dois anos que ele não morreu.
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