"Ainda parece irônico que o melhor filme sobre Jesus Cristo, segundo o próprio Vaticano, seja uma obra da década de 60, realizada por um cineasta ateu e comunista. Em 1964, ao ler na íntegra o evangelho de Mateus, Pier Paolo Pasolini abandonou todos os outros projetos para recontar a história do homem que fundaria uma das mais importantes doutrinas de todos os tempos. Todas as falas de seu terceiro longa-metragem foram retiradas ipsis litteris do evangelho homônimo, em um trabalho de grande reverência ao texto original. O italiano dedicou seu filme ao papa João XXIII e, com ele, venceu o Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza do mesmo ano. 'O Evangelho Segundo São Mateus' é um marco no cinema de Pasolini e na própria história da sétima arte, alterando a sintaxe cinematográfica para dar conta da grandiosidade do homem e da eternidade do mito."
Trecho de uma das melhores análises sobre O evangelho segundo São Mateus (Il vangelo secondo Matteo), 1964.
Escrito por Marcelo Sobrinho no site Plano Crítico, o artigo analisa a interpretação e decodificação precisa, social e política, que o cineasta faz do tema, ao contrário de todo tipo de leitura das produções que mitificam e edulcoram a "maior história de todos os tempos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário