Hoje, no aniversário de nascimento de 92 anos de Gabriel Garcia Márquez, as redes sociais repercutem o anúncio que a Netflix comprou os direitos autorais para tornar o romance Cem anos de solidão em série.
Publicado em 1967, é a mais importante obra da literatura latino-americana, e considerada, depois de Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, a mais significativa da literatura hispânica.
Garcia Márquez sempre resistiu à ideia de adaptar seu romance para o cinema – que diria ele agora ao ver seu realismo fantástico em doses no serviço de streaming de dramaturgia nem sempre à altura da qualidade original.
Ao escrever Cem anos..., o autor, de certa forma, jogava muito contra as convenções do cinema, apesar de sua paixão pela sétima arte. Foi um dos criadores da Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, em Cuba, nos anos 80. Mas o escritor considerava que a densidade de sua narrativa, o manejo do tempo, os monólogos dos personagens, a complexidade dos conflitos, eram obstáculos para a transposição nas telas. Infilmável.
Uma vez, perguntado sobre sua resistência, Garcia Márquez disse que “Meu desejo é que a comunicação com meus leitores seja direta, por meio das letras que escrevo para eles, para que imaginem os personagens como quiserem - e não com o rosto emprestado de um ator na tela”.
Os direitos foram vendidos pelos filhos herdeiros, Rodrigo e Gonzalo Marquez, após cinco anos que o pai partiu de vez da aldeia Macondo, aos 87 anos.
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