"Quando a esperança por uma paz justa parece uma miragem, leio uma carta de cineastas israelenses aos seus colegas libaneses e palestinos. Esse documento foi corajosamente endossado por centenas de cineastas e produtores de cinema brasileiros. São palavras de artistas que lidam com imagens. Às vezes, as palavras expressam verdades que vêm do olhar. Diante de um desconhecido - seja ele um estrangeiro ou vizinho -, o olhar é a mediação mais íntima do primeiro contato. É o momento inaugural do conhecimento mútuo, da aproximação, aceitação e compreensão. Nós só podemos compartilhar nossa existência com outros seres humanos se soubermos olhar para eles sem preconceito, arrogância e prepotência.
Essa carta diz muito porque não se deixa impregnar por uma linguagem viciada, que desqualifica o outro. É uma mensagem de pessoas que sabem olhar e compreender (e não culpar) as vítimas. É honesta e ética porque não menciona palavras que são usadas para justificar invasões militares e massacres de civis. Certamente alguns cineastas que assinaram essa carta são filhos, netos ou parentes de vítimas do Holocausto. Também por isso é uma mensagem poderosa que será lembrada como um dos documentos mais relevantes contra essa guerra.
Há algo mais digno no ser humano do que reconhecer o sofrimento do outro?"
Trecho do belíssimo texto do escritor Milton Hatoum na página
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1089870-EI6619,00.html
2 comentários:
Olá Nirton
Voltamos a escrever. Muito nobre de sua parte publicar esse texto. Essa guerra estúpida... São Paulo também não tá brincadeira.
Abraços e esperamos mais textos sobre cinema e coisas boas, com fé.
Iris
É, só de olhar a foto já me sinto estúpido e grosseiro, e tudo ao meu redor me torna ainda mais estúpido e grosseiro.
Acho que o ser humano não pode ser definido, de outra forma, a não ser como um monte de carne egoísta que não enxerga muito além do que a própria compaixão cristã-ecumênica lhe permite. Pelo menos, desde o século XX.
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