segunda-feira, 17 de abril de 2006

mestre Suzuki

foto GreenCineDaily
Quando se fala no cinema produzido no Japão, logo vem à mente o nome de mestres como Akira Kurosawa, Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi, Takeshi Kitano. No ocidente, o trabalho de Seijun Suzuki, um dos mais importantes cineastas japoneses, ainda permanece desconhecido de grande parte da população. Ídolo de uma geração, é influência assumida de diretores como Jim Jarmusch e Quentin Tarantino.

Em países como França e Grécia, realizaram-se, recentemente, mostras retrospectivas da carreira do diretor, com debates e seminários visando aprofundar as propostas estéticas contidas em seu cinema. Esse movimento de redescoberta alcançou grande repercussão quando Tarantino confessou ter se inspirado no filme "A vida de um tatuado" (Irezumi Ichidai), de 1965, para a criação de "Kill Bill". Em 2001, o penúltimo filme de Suzuki, "Pistol Opera" (Pistol Opera), foi homenageado com a exibição em diversos festivais, como os de Rotterdam, na Holanda, e Bruxelas, Bélgica. No Festival de Veneza recebeu um Leão de Honra.

Seijun Suzuki é representante de um cinema comprometido com a ousadia estética e com a ruptura de valores. O cineasta representou uma importante mudança no cenário do cinema japonês dito sério, que tinha em Kurosawa e Ozu seus principais representantes. Inicialmente diretor de filmes de ação B para os estúdios Nikkatsu, Suzuki foi aos poucos introduzindo um tom cada vez mais farsesco em seus filmes. Ele foi quem primeiro ousou estilizar a violência dos filmes de gangster (da Yazuka) e kung fu a ponto de transformá-los numa coreografia lúdica – proposta seguida depois por diretores como Zhang Yimou, em filmes como "O clã das adagas voadoras" (Shi mian mai fu), de 2004 . Suzuki imprimiu tanta modernidade em seus filmes que, hoje, eles são considerados pós-modernos.

Nascido em Tóquio, em 1923, considerado o mais ousado dos grandes diretores japoneses do pós-1945, é permanentemente apresentado como o enfant-terrible do cinema japonês, mesmo estando com 82 anos de idade. Seu filme mais recente, é "Princess Raccoon", do ano passado.

Suzuki ganha agora uma retrospectiva que promete aproximar o público brasileiro do universo pop de seus filmes. O Centro Cultural Banco do Brasil realiza a mostra "Seijun Suzuki – O coreógrafo da violência", exibindo oito filmes assinados pelo diretor e mais cinco produções feitas por cineastas que dialogam com o cinema de Suzuki. A mostra começou no Rio de Janeiro, encerrando-se no último dia 16, e segue para Brasília, com exibições de 25 de abril e 07 de maio, no Cinema do CCBB, com três sessões diárias e entrada franca.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem, já vi que este blog será passagem obrigatória. Sou cinéfila, Nirton. Cinema é uma grande paixão. Quentin Tarantino... Putz! Pulp Fiction! Amei este filme! Não conheço o trabalho do Suzuki. Bom demais encontrar este espaço, viu?