sexta-feira, 2 de julho de 2021

o adeus de Hemingway


Adeus às armas
, de Ernest Hemingway, publicado em 1928, é um romance tipicamente autobiográfico, baseado nas experiências, dez anos antes, quando esteve como motorista de ambulância na Primeira Guerra Mundial. O então jornalista Hemingway, com apenas 20 anos, fora ferido na frente austro-húngaro.

A Guerra estava no fim, e de volta aos Estados Unidos, mergulhou decididamente na literatura. Mas o livro só saiu depois dos dois primeiros romances, As torrentes da primavera e O sol também se levanta.
Em Adeus às armas, que foi adaptado para o cinema em 1957 por Charles Vidor, Hemingway reconstitui suas memórias no front através dos personagens um tenente condutor de ambulâncias, um médico cirurgião, e uma enfermeira inglesa. Agnes Von Kurowsky, no livro Catherine Barkley, foi sua grande paixão nos campos de batalhas, e, de certa forma, quem o inspirou para escrever a história, tornando-a praticamente uma heroína.
Planejavam casar, mas nos Estados Unidos Hemingway recebeu uma carta de Agnes pondo fim ao relacionamento. “Agora, depois de dois meses longe de você, eu sei que eu gosto de você, mas é mais como uma mãe do que como uma namorada”, diz um trecho. Ela tinha 8 anos a mais que ele. “Eu a amei outrora, mas eu me propus a cauterizar as lembranças com o método da bebida e outras mulheres e agora tudo se foi”, desabafou Hemingway a um amigo.
Durante a Guerra Civil Espanhola, década de 30, o escritor foi para Madrid trabalhar como correspondente, experiência que resultou na obra-prima “Por quem os sinos dobram”, também levada ao cinema por Sam Wood, em 1943. Logo após a Segunda Guerra Mundial, mudou-se para Cuba. Foi nesse período que escreveu O velho e o mar, Prêmio Pulitzer de Ficção de 1953.
A literatura de Hemingway é toda baseada em vivências pessoais, amores, família, amigos. O suicídio, como o do seu pai, é um tema recorrente em algumas publicações, cartas e diários.
Com problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, com uma arma disse seu adeus, na manhã de 2 de julho de 1961, aos 62 anos.
Na foto do Acervo J.F. Kennedy Library and Museum, Hemingway em uma ambulância da Cruz Vermelha na Itália, 1918.

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