As falas do filme Alphaville,
que Jean-Luc Godard dirigiu em 1965 foram escritas pelo poeta Paul Éluard.
Assim se explica um dos mais belos roteiros do cinema, com diálogos precisos
narrados como versos pelos personagens.
Éluard, conhecido como o poeta da
liberdade por escrever poemas contra o nazismo, foi um dos principais nomes do dadaísmo,
e na sequência um dos que deram representatividade ao movimento literário surrealista.
Seu lirismo deu-se em intensidade
e profundidade ao conhecer o grande de amor de sua vida, a jovem russa Helena
Diakonova, professora, nascida no meio da intelectualidade do começo do século
20.
O enredo de Alphaville passa-se
em uma cidade futurista, onde um computador aboliu os sentimentos de todos os
habitantes. Um agente chega ao local para convencer o inventor a destruir a
máquina.
Fazendo uma analogia entre duas
escolhas, ou uma simetria entre ficção e realidade, Godard com sua genialidade
e perspicácia, soube muito bem entregar ao poeta os diálogos que imaginava para
o roteiro de seu filme. Paul Éluard é convocado à cidade para ir direto ao que
se ama.
Os dispostos sempre se atraem.
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