foto Arquivo Pessoal
O
moço aí da foto é José Ramalho Neto, quando ainda não era Zé Ramalho,
aos 15 anos, trigais e juvenis, em João Pessoa, Paraíba. Na época era
bandleader dos conjuntos (como se dizia) Os Quatro Loucos e The
Gentlemen, tocando em bailes, fazendo covers dos Beatles, Renato e Seus
Blues Caps, Roberto Carlos, Bob Dylan...
Admirável
Zé Ramalho. Ele que mistura tão bem os ritmos de cantadores,
rabequeiros e repentistas com os acordes do rock, que rebuscou a
consciência nos lisérgicos anos setenta pisando num chão de giz com
goles de chá de zabumba, que mescla em suas letras poéticas elementos da
cultura nordestina com símbolos da mitologia grega, misticismo
aquariano com devoção a Padim Ciço, ufologia com galope à beira-mar,
história da humanidade com poeira da Pedra do Ingá, sertão paraibano que
inspirou o clássico primeiro disco, "Paebiru", 1975.
Zé Ramalho,
com sua voz única de opus visionário, estará hoje à noite em palco
feito Pedra de Turmalina montado na calçada do T-Bone, na 312 Norte, em
Brasília. Não é "entrada franca", porque a rua já é zona franca, o
acesso é livre.
Estarei lá, ouvindo e filmando. Avôhai, Zé!