quinta-feira, 8 de junho de 2023

a tentação de ser livre

Foto ©Nirton Venancio, Teatro Universitário, Fortaleza, 1980.
Na madrugada de 8 de junho de 1982 o ator e diretor de teatro José Carlos Matos fez seu último voo. O avião da VASP que vinha de São Paulo chocou-se com a Serra da Aratanha, município de Pacatuba, a 25km da capital cearense.
Zé Carlos, Zeca, como era conhecido e querido por todos no Ceará, foi autor de diversas montagens do seu Grupo Independente de Teatro Amador (GRITA), na década de 70 e começo de 80, destacando-se Fala favela, texto de Adriano Espínola, que tive a honra de fazer a cobertura fotográfica dos ensaios e apresentações e viajar em turnês pelo Nordeste. Como diretor do Centro de Referência Cultural (CERES), da Secretaria de Cultura do Estado, onde trabalhei como Técnico em Audiovisual, Zeca era o exemplo admirável e cativante de liderança, competência e companheirismo.,
Líder estudantil, licenciado em Filosofia, História e Sociologia pela Faculdade de Filosofia do Ceará, integrante do Curso de Arte Dramática da Faculdade de Artes e Arquitetura da UFC, Zé Carlos foi um dos mais ativos presidentes da Federação Estadual de Teatro Amador e da Confederação Nacional de Teatro Amador (Confenata).
O trabalho nos palcos e nas assembleias era corajosamente uma luta contra a ditadura militar escancarada. Sua frase sempre repetida em palestras e entrevistas define bem seu perfil em seus curtos e intensos 33 anos de vida: "Eu não resisto à tentação de ser livre".

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