foto Selmir Yassuda, 1992
O Brasil já teve um ministro da Cultura que foi filólogo, escritor, crítico literário, ensaísta, tradutor, diplomata, lexicógrafo, enciclopedista: Antônio Houaiss. Sua gestão, de 1992 a 1993, durante o governo Itamar Franco, teve apoio de artistas e intelectuais de todo o país.
Em seu discurso de posse, Houaiss definiu como prioridades de sua administração a recuperação e a preservação do patrimônio histórico e cultural, a retomada da atividade cinematográfica e um projeto de sustentação da língua portuguesa, por meio do estreitamento dos vínculos com Portugal e com as ex-colônias portuguesas na África.
Imortal, foi escolhido presidente da Academia Brasileira de Letras em 1995, em substituição a Josué Montello. Até o poeta Ledo Ivo, seu adversário na disputa, abriu mão da candidatura na véspera da eleição.
Além dos dezenove livros publicados, foi tradutor do clássico Ulysses, de James Joyce; autor do mais ambicioso e louvável projeto Dicionário da Língua Portuguesa, que tem seu nome; organizou as duas mais importantes enciclopédias feitas no Brasil, Delta-Larousse e Mirador; e assinou a primeira edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), em 1981.
Outra de suas maiores realizações, e da qual se orgulhava, foi o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, 1990. Com o feito, uniu com precisão as duas carreiras, de diplomata, como membro do serviço exterior brasileiro, e a de linguista.
Falecido em 1999, aos 83 anos, Antônio Houaiss é um extenso verbete de uma página feliz de nossa história. 105 anos hoje de seu nascimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário