O pantera Raulzito em 1964, aos 19 anos.
"Há muito tempo atrás na velha Bahia / eu imitava Little Richard e me contorcia / as pessoas se afastavam pensando / que eu tava tendo um ataque de epilepsia".
O bom e eterno Raul Seixas, na faixa de abertura de seu último vinilzão, A panela do diabo, que ele gravou com Marcelo Nova, lançado em 1989, ano em que ele partiu na sombra sonora de um disco voador, aos 44. Hoje ele faria 73.
Das doze músicas, oito foram compostas e cantadas pelos dois, inclusive a citada, Rock'n'roll, num dueto que expressa o saudável encontro do conterrâneo admirador e seu ídolo. A letra é uma maravilha de curtição nos rockzinhos que surgiram na década de 80. A dupla reverencia o rock-and-roll genuíno, e ousa dizer que nunca vi Beethoven fazer / aquilo que Chuck Berry faz. Nem o banquinho e o violão bossa-novista escapa, "bosta nova pra universitário / gente fina, intelectual / oxalá, Oxum, dendê oxossi de não sei o quê".
Mas Raul não é bobo, sabe onde cutuca, onde tem raiz no tronco de outro, "não importa o sotaque / e sim o jeito de fazer / pois há muito percebi que Genival Lacerda / tem a ver com Elvis e com Jerry Lee".
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