De todos os meus trabalhos como assistente de direção no cinema, o que mais me marcou foi Corisco e Dadá" de Rosemberg Cariry (1996), com quem trabalhei em mais três filmes.
Marcou-me pela experiência que misturou em um mesmo caldeirão de sentimentos, o encanto de reconstituir uma realidade histórica num set em pleno sertão escaldante, sem filtro, do Ceará e Pernambuco.
- A perplexidade gratificante de conviver com uma realidade do cinema brasileiro e suas dificuldades de produção.
- A convivência recompensante com uma equipe organicamente inserida em todas as frentes sob um céu saturado de luz.
- A alquimia no espaço rusticano de um elenco magistral plenamente na pele e alma dos personagens.
- E o que mais me cativou: o enlevo dos figurantes, muitos deles habitantes das localidades, que compunham os bandos de Lampião e Corisco, magnetizados pela caracterização dos personagens de Chico Alves e Chico Diaz, respectivamente, a ponto de reverenciá-los mesmo nos intervalos de filmagens. Mais do que seguiam as indicações do roteiro, obedeciam as ordens dos seus chefes.
O sertão nordestino virou um mar de cinema na condução da câmera galopante de Ronaldo Nunes e a direção operística de Rosemberg Cariry.
O filme, em cópia restaurada em 4K, será exibido hoje, às 19h, no Cine Brasília, com a presença do diretor para uma boa conversa após a sessão.
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