sábado, 22 de junho de 2019

o eu de muito nós

O filme de Petra Costa me tocou de uma forma que não consigo sair dele, de dentro na narrativa orgânica em primeira pessoa - que somos milhares de nós. Nós, pronome. Nós, plural.
Vi duas vezes, não sei com que forças, fazendo um exercício de distanciamento para escrever um artigo e ainda não sei... Uma dor, um assustador sentimento sintetizado na pergunta de Petra na sequência final, ”como lidar com a vertigem de ser lançado um futuro que parece mais sombrio que o nosso passado mais obscuro?”. Uma pergunta expressa com sua voz pausada, com uma lágrima em cada sílaba pronunciada ao longo de todo o documentário.
Democracia em vertigem é o mais importante filme de registro artístico e histórico sobre essa página infeliz a que chegamos.

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